Requião indicou Rocha Loures interventor do PMDB e também pegou grana na JBS

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Depois de uma reunião extraordinária, classificada pelos desafetos como golpe, o senador Roberto Requião indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures como interventor na presidência do PMDB no Paraná, entre agosto de 2014 e outubro de 2015. Na época, Rocha Loures era assessor direto do então vice-presidente Michel Temer que, como presidente nacional do partido, respaldou a intervenção em ofício enviado ao diretório estadual.
Com a intervenção, o PMDB de Requião apoiou a chapa Dilma-Temer para presidência da República. Dilma fez apenas 39% dos votos no Paraná, enquanto Aécio Neves (PSDB), 61%.
Requião recebeu R$ 2,4 milhões da JBS:
As gravações dos irmãos Joesley e Wesley Batista e as investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato podem ligar a participação do senador Roberto Requião (PMDB) nos esquemas de recebimento de propinas da JBS.
Em julho de 2016, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, delatou Requião como um dos beneficiários das propinas na campanha de 2014 em forma de doações eleitorais.
Segundo Machado, o PT pediu para que a JBS fizesse doações no valor de R$ 40 milhões à bancada do Senado do PMDB. Além de Requião teriam sido beneficiados Renan Calheiros, Romero Jucá, Eduardo Braga e o atual ministro do TCU, Vital do Rego. Só da JBS, Requião recebeu R$ 2,4 milhões em 2014.
Ainda em 2014, Requião recebeu mais R$ 1 milhão da BTG Pactual e outros R$ 500 mil da OAS – o banco e a empreiteira também estão envolvidos nos escândalos investigados pela Operação Lava Jato. No total, Requião pode ter recebido R$ 3,9 milhões de dinheiro suspeito dos R$ 10,2 milhões arrecadados por sua campanha em 2014, ou seja, 38,2% do dinheiro recebido por Requião por ter sido de origem ilícita.
O dinheiro do JBS veio de três formas diferentes para Requião: R$ 1,5 milhão através de doação direta para sua campanha, R$ 500 mil do diretório nacional e R$ 400 mil da campanha do vice-presidente Michel Temer. A OAS repassou R$ 500 mil a Requião – em duas parcelas: R$ 200 mil e R$ 300 mil -, através da campanha de Temer. E o BTG Pactual repassou um cheque de R$ 1 milhão para Requião através do diretório nacional. Áspero crítico do sistema financeiro, Requião recebeu, de forma direta, mais 500 mil do Bradesco.
(foto: Agência Senado)

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